A estrofe é a reunião de dois ou mais versos. De acordo com o número de versos, recebe um nome diferente.
Diversos versos de amores
Dois versos - Dístico
O encontro
Ao encontrar o amor, o solitário verso se completa, enamorado
Juntos, o verso amante e o verso amado, dísticos, já estão casados
Três versos – Terceto
O ciúme
Versos de amor, paixão, casamento, lua de mel, tudo perfeito
Até intrometer-se no meio a segunda rima, que não tem par
Causando ciúme, na estrofe ímpar que se compõe o terceto
Quatro versos - Quarteto ou quadra
Começo da separação
Nasce nesta estrofe, separação profunda, o quarteto
Que neste simples versos causam verdadeira mágoa
De enamorar o terceiro verso pelo verso primeiro
E a segunda rima pela quarta....
Cinco versos – Quintilha ou Quinteto
Suspeita
Cinco versos, restos de um amor e uma paixão
Da união do primeiro com o terceiro verso
Tão próximos e tão pertos, cúmplices são
Da secreta história de amor, que sempre disperso
O segundo verso não desconfia neste quinteto da traição.
Seis Versos – Sextilha ou Sexteto
Descoberta
Depois de um tempo o amor perfeito já não mais rima
E o segundo verso segue o primeiro, suspeita e sofre
De que interpolada na estrofe a primeira rima é rica
Mas como sendo que sempre foi a segunda rima pobre ?
Foi só observar o encontro no sexteto da sonoridade rítmica
Que a traição do primeiro com o terceiro verso descobre
Sete versos – Sétima ou septilha
Sete notas sentimentais
Nestes tristes versos soam as sete nota que compõe a história
Que angústia arde ao peito e não mais respira a nobre chama
Na breve sonata que marcou o som do romance na memória
Risca e traça ao segundo verso o peso de tão vil infâmia
Sobre o verso aberto os lamentosos sons das tristes setes notas.
Meu sol si refaz e a dor lá, na justiça, suspira e canta vingança!
Na septilha, a sétima rima destoa, sem força, suspira...
Oito versos – Oitava
Oitava
No dístico em que o verso solitário encontra a sua rima
No terceto em que o verso do meio no primeiro apóia
Roubando no quarteto a história tão bela e linda
Na quintilha o primeiro verso pelo amante se enamora
E do amor não resta, rima pobre ou rica na sextilha
E na sétima nota sussurram apenas as notas tristes
Na oitava em que só a amor na memória incide.
Nove Versos Nona
A primeira rima adormece ao leito sem vergonha
Enquanto o verso segundo sua armadilha monta
Na sintaxe do amor em que o verso se encontra
Tecido nos moldes diversos o veneno destila
Sobre o florete de honra que o verso traído rima
Invade o lar, e as duas rimas risca ao recitar...
Não mais neste peito há de arder o amor, esta nobre chama
E assino no ato a ausência eterna desta mui nobre dama
E levai pro inferno junto este verseto ao qual diz que ama.
Dez versos ou Décima
Sobre a décima a lira versa sobre o amor e a morte canta
Triste voz que emana em seu tom o sentimento sepulta
Cessa tudo o que canta a antiga musa que a culpa
De não saber viver o amor neste meu peito descansa
Não há mais viver em meus versos que a rima alcança
São apenas brisas de esperança que meu verso procura
Sobre memórias que hoje transformam -se em tortura
Rasgam em cortes as letras de todas as lembranças
Vivo na morte da vida a maior pena ao condenado
Amar e no amor o antídoto do amor ter encontrado